sábado, abril 21, 2007

Televisão x Educação

Falar simplesmente que a televisão não educa é uma postura cômoda e antiquada. Não adianta espernear, que ela vai continuar nas casas, ligada em programas questionáveis, apesar de algumas opções de qualidade. Em primeiro lugar, é importante educar a criança desde cedo para saber escolher o que quer e o que precisa ver... Porque na vida deve haver lugar para a descontração e para a concentração. Para o estudo e para a diversão. Escolher o que ver na televisão é um retrato também do tipo de opção que a criança e o adolescente vai fazer durante a vida. A televisão é, sem dúvida, um recorte. Assim como os jornais e revistas também o são. Assim, embora saibamos que a sociedade deveria lutar pela qualidade televisiva e exigir uma televisão pública, gerida pela população, como há nos países mais desenvolvidos, a questão é: como educar para que as opções da vida também sejam opções conscientes ? Sobre o uso da tv em sala de aula, vejo vários pontos de reflexão como a necessidade das atividades terem objetivos específicos bem definidos para não se transformarem em passatempo. Assim, não pode ser uma improvisação e o professor tem de preparar muito bem as aulas em que irá explorar o texto televisual, da mesma forma que prepara (ou deve preparar) os textos impressos ou orais com que vai trabalhar. No livro Televisão e educação, Maria Thereza Fraga Rocco analisa bem a relação entre educação e televisão e dá sugestões para o bom aproveitamento do veículo como recurso educativo. Segundo ela, cabe ao professor escolher um segmento determinado, gravá-lo,levá-lo para a classe e explorá-la juntamente com os alunos, sendo que tal segmento não deve ultrapassar a 15 minutos de exibição. Mostrar um programa todo, longo, é como matar aula. Fracioná-lo com lógica e organizá-lo para posterior exploração é atividade de alto valor pedagógico e educacional. Um trecho de programa qualquer ou um comercial de TV podem ser desenvolvidos em sala de aula com vários professores, a um só tempo. De modo interativo e multidisciplinar, por exemplo, é possível também que seqüências de uma entrevista, de uma minissérie, de um documentário de bom nível e até mesmo de um programa detestável sejam analisados com os alunos pelos professores de português, artes, ciências, geografia. Assim, pela linguagem do vídeo, da TV, exploram-se, na escola, as outras múltiplas linguagens que constituem o homem hoje no seu grupo social e no seu cotidiano.

Nenhum comentário: