sábado, outubro 20, 2007

Uso do Vídeo em Sala de aula

USO DE VÍDEO EM SALA DE AULA

Título: High School Musical
Título Original: High School Musical
Direção: Kenny Ortega
Duração: 93 minutos
Ano de Produção: 2006

Sinopse:
Troy, astro do time da escola, e Gabriella, super-campeã em ciências, quebram todas as regras do East High Society quando resolvem fazer um teste para cantar no evento de música da escola. Em meio aos testes eles acabam vivendo um bonito romance durante os ensaios para o musical, e aprendem a importância do trabalho em equipe e de serem e acreditarem neles mesmos. Mostra também a necessidade de contornar dificuldades e se esforçar para quebrar barreiras aparentemente impossíveis.

Descritores:
Língua inglesa, música, dança, ciências, cooperação, trabalho em equipe, respeito, esportes.

Observações:
O filme é um sucesso entre crianças e adolescentes, o que facilita o trabalho em sala de aula.

ANÁLISES DO VÍDEO

ANÁLISE CONCENTRADA: em muitos momentos do filme, o que mais chama atenção são os diálogos porque eles são carregados de decisões frente a posturas de vida a serem adotadas. Em outros, são as imagens ora divertidas, ora emocionantes, ora alegres e agitas, com muita música e dança.

ANÁLISE FUNCIONAL: as cenas mais significativas são aquelas em que os personagens centrais fazem o teste para o musical da escola, e aquelas em que interagem em seu próprio grupo. Ele, no esporte, ela, na feira de ciências. Troy é astro do esporte da escola e o time tenta convencê-lo, de qualquer forma, que não pode participar de um musical. O mesmo acontece com Gabriella, que é expert em ciências e está escalada para defender a escola numa competição. Além disso, os dois enfrentam outra dupla, que sempre foi a titular absoluta nas apresentações da escola.

ANÁLISE DE LINGUAGEM: voltado ao público jovem, o filme tem linguagem de fácil compreensão e mostra como a confiança em si mesmo apesar das pressões do grupo em que se vive pode nos fazer descobrir talentos ocultos. Mostra que uma habilidade não exclui outra e é possível concilar atividades, com garra, vencendo preconceitos.

UTILIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR : HIGH SCHOOL MUSICAL

O vídeo pode ser usado num projeto com duração de um ano, nas diversas áreas do conhecimento.

Língua Portuguesa: motivação para redações e interpretações de texto, além da produção de um roteiro de teatro.

Língua Inglesa: utilização de diálogos simples e das músicas (cantar trechos, compreender os significados ) e montagem de uma apresentação de dança e música com o tema do filme.

Artes: produção de uma peça teatral (expressão corporal ), baseada no filme e escrita pelas próprias crianças, confecção de cenários, figurino e convites(expressão plástica ), montagem de uma apresentação de música e dança com a trilha sonora do filme ( expressão corporal e musical ).

Ciências: utilização das cenas protagonizadas por Gabriella para motivação para uma competição de ciências na própria escola, baseadas na que é mostrada no filme. Além disso, utilização dos temas de ciências que passam rapidamente no filme, nas aulas relacionadas a eles.

Matemática: elaboração de uma competição de matemática nos moldes da de ciências.

Sociabilização e auto-conhecimento: todos os temas citados anteriormentena análise podem ser temas para discussões em classe , onde as crianças e/ou adolescentes serão estimulados a pensar sobre o modo de vida atual e o que pode ser melhorado em si mesmo, no outro e nas relações, além da importância da garra para a conquista de objetivos.

Relações Interpessoais na Escola

A informação de que as realidades das escolas particulares e públicas são absolutamente diferentes, todo mundo conhece. São estruturas, metodologias, profissionais, crianças e comunidades que entre si têm apenas em comum a busca do saber. Mas as diferenças não param por aí. Passam, e muito, pelo modo de ver e entender a tarefa de educar. Os detalhes dessas diferenças ficam muito claros em situações básicas de pesquisa, como uma entrevista fictícia com professoras que trabalham em lugares diferentes. Maria Lúcia Rios, professora da primeira série da Escola Municipal Abelardo Siqueira, Cíntia Marques dos Santos, professora da primeira série do Colégio Rumo, Aparecida Mathias de Oliveira Bruno, professora de pré-escola da Escolinha Turma da Bagunça são bons exemplos disso. Duas delas, Cíntia e Aparecida, são iniciantes. Menos de 5 anos de profissão. Maria Lúcia é a veterana entre elas. Leciona há 22 anos e é a única que trabalha em apenas 1 período, ainda cursa pedagogia e não costuma usar a internet. As outras duas são recém-formadas. Todas garantem que lêem para manter-se informadas.
O desinteresse e indisciplina apontados por professores e alunos como um dos principais problemas da escola são avaliados por elas de forma diferente. Na escola pública, a aprovação automática e a falta de recursos didáticos. Na particular, a certeza de impunidade e até de reprovação, porque trazem de casa o discurso do “minha mãe paga a escola”. Educação deficiente em casa, em termos de formação e valores também são citados como motivos de falta de interesse ou disciplina em sala de aula.
Em outro ponto de reflexão sobre a escola, uma unanimidade: a atenção individual para alunos que apresentam dificuldades é extremamente prejudicada pelo número de alunos por sala. São 36 na primeira série escola pública, 32 na particular e 26 na pré-escola. Sem auxiliares. Esse excesso também é apontado como motivo para não se identificar alunos com talentos diferenciados. E quando são, o máximo que se consegue é falar com os pais rapidamente em alguma reunião. Isso, se o pai ou mãe comparecer à escola, um problema tanto para as escola pública quanto para a privada.
Nessa faixa etária, o vínculo entre professor e aluno normalmente é mais forte que nos anos seguintes, mas não se vê estratégias específicas para que isso aconteça, exceto por excursões e festinhas. Em sala de aula, a professora da pré-escola, Aparecida, diz que a “afetividade é a base do trabalho”, enquanto as outras dizem ser impossível ter o nível de afetividade suficiente para que isso realmente ajudasse na aprendizagem, com todos os alunos da sala.
Quanto ao vínculo com a escola, na escola particular, ele é trabalhado em atividades de ornamentação da escola e projetos diferenciados. Na escola pública, a professora Maria Lúcia garante que depende muito da própria professora. Mas como as classes mudam todo ano, às vezes um trabalho é perdido porque não há um projeto escolar e sim do próprio docente.
Em geral, são poucas as inovações pedagógicas e projetos de melhoria da prática pedagógica da escola, que resultem na elevação da auto-estima e na formação integral dos alunos. E os projetos já existentes foram concebidos e coordenados ou pela coordenação, ou pela professora e não pelos alunos, que foram, na verdade, conduzidos à realização de tarefas pensadas pelos adultos.
O que pude verificar também é que as professoras mais jovens estão mais abertas a novos projetos. A mais experiente tem também a intenção de desenvolver um bom trabalho, mas teme a indisciplina e acredita que os alunos não estão preparados para a tomada das principais decisões. Um pouco disso é visto no filme “Escola da Vida” em que um novo professor adota métodos revolucionários, que acabam sendo aceitos pelo professor mais antigo. O mais curioso é que o pai do professor veterano também lecionou na escola. Apesar da idade avançada, ele era amado pelos adolescentes e foi a inspiração para aquele professor que o substituiu depois da morte e revolucionou a escola. No filme, via-se nos 2 professores a intenção de realizar um bom trabalho. Até porque o professor veterano buscava o título de “professor do ano”, que o pai dele conquistou por anos a fio. Em uma cena, ele deixa a classe “livre” para escolher o que quer fazer. E resigna-se à vontade dos alunos de assitir às aulas “teatrais” do outro professor. Um detalhe importante é que o professor jovem conduzia os alunos e passava o conteúdo de forma teatral. O projeto não partia das crianças, mas elas eram encantadas pelo método baseado na fantasia. E esse “encanto” propiciava a aprendizagem efetiva, já que as notas dos alunos refletiam isso. E olha que, em dado momento do filme, há a desconfiança do professor veterano de que as notas eram o motivo da afetividade do outro com seus alunos. E ele, mais tarde, ao também quebrar seus paradigmas e, conseqüentemente, seus métodos, percebe que seus alunos também foram bem nos testes. Pelo amor ao saber.
É esse encantamento que falta às escolas brasileiras de hoje. Pela entrevistas percebe-se que há um desânimo geral. Na escola particular, para se cumprir à risca as ordens da coordenação. Na escola pública, pelo descaso com a aprendizagem. E isso independe da idade do educador. Depende da crença na educação e no próprio trabalho. Por isso acredito que é preciso que cada professor procure em si a chama da magia do saber e do ensinar. Essa é a chama que contagia alunos, comunidades e transforma as relações de aprendizagem. É assim que se criam vínculos afetivos que conduzem e guiam. É preciso, sim, afetividade. Com os alunos e com o próprio ato de educar. É preciso estar encantado para encantar e levar os alunos numa viagem diária e eterna pelo maravilhoso caminho da busca do conhecimento.

Organização e Gestão democrática na escola

Organização e gestão democrática são a base da busca de construção de uma escola de qualidade. Assim, são necessárias medidas que garantam a participação de todos da comunidade escolar. Somente assim, a comunidade aponta caminhos e trabalha, em conjunto com professores e alunos, para que a educação caminhe no sentido da eficiência e do encantamento. Sim, encantamento, porque acredito que atingir os objetivos da educação passa sim, é claro, por qualificação de professores e estrutura escolar. Mas isso tem que estar atrelado ao comprometimento de todos com o que se pretende atingir. Assim, é preciso valorizar a experiência da comunidade e suas necessidades, acolhendo anseios e sonhos. É preciso estimular professores, através da valorização profissional e da oferta de recursos para que possa desenvolver um bom trabalho. É preciso organizar a escola de modo que todos os alunos sejam realmente atendidos e deixem de ser um número numa imensa lista de chamada. E é preciso não esquecer, principalmente, que todas essas reflexões e atitudes só tem sentido porque existem em função de um educando, que tem também seus saberes, seus desejos, seus problemas e suas soluções. Assim, a escola estará voltada para conduzir o aluno por um caminho do saber que, muito antes e ao contrário de ser uma trilha árdua, precisa ser a base da evolução pessoal e da transformação social construída suavemente de forma a conquistar diariamente e a cada momento os educandos. Só assim, mais que conteúdos, é possível despertar em cada um o amor pelo saber, a curiosidade pelo conhecimento e o estímulo para a busca constante do aperfeiçoamento.

LDB: pontos positivos e negativos

Assim como muitas leis no Brasil, o que se vê na LDB, na verdade, são boas intenções que pecam pela falta da organização prática do que prega. Ou seja: tudo é muito bonito no papel, que aceita qualquer coisa, mas esquece-se que o Brasil tem dimensões continentais. E mesmo Estados ricos, principalmente São Paulo, tem contradições e realidades diversas.
Baseando-se no texto de Moacir Gadotti, sobre os pontos que referem-se à formação do professor, percebe-se que vários pontos que podem ser apontados como positivos acabam tendo problemas intrínsecos. Um dos exemplos é a necessidade de formação de Nível Superior para docência, preceito que cai por terra em regiões onde não há professores com essa formação e, para que seja possível manter o sistema educacional, admite-se aqueles “o mais aptos possível” para função. Isso cria ainda mais contrastes entre as grandes cidades e as regiões mais afastadas do país, uma vez que a formação dos cidadãos é totalmente desnivelada.
Entre os pontos positivos, pode-se destacar a possibilidade de reclassificação e desseriação, a obrigatoriedade de 4 horas mínimas diárias de trabalho em sala de aula, o regime de colaboração entre a União, Estados e Municípios, os processos nacionais de avaliação escolar, o conceito de Gestão Democrática e autonomia da escola, a incorporação da educação infantil ao sistema de ensino e a criação dos sistemas municipais de ensino.
Entre os destaques negativos, está a visão relativamente obsoleta da educação, a visão do conhecimento como algo a ser adquirido e não construído, a referência à
informática apenas no ensino à distância, e a pouca atenção à educação de jovens e adultos.
É necessário, portanto, que professores e os demais profissionais ligados à educação conheçam e reflitam sobre o que manda a lei, para que a prática possa utilizar o que nela há de melhor e resgatar o que falta através de projetos sérios que envolvam a sociedade como um todo. Somente através desse envolvimento será possível complementar a legislação, para que se chegue a uma educação de qualidade real no Brasil.