quinta-feira, outubro 19, 2006

Tecnologia não garante conteúdo


Muito se discute os efeitos da implantação da Tv digital. O sistema já está escolhido. É o japonês. Dizem que era mesmo o preferido da Rede Globo, que mantém empresas do Japão entre seus melhores parceiros. E o Brasil havia preparado até um sistema próprio, para concorrer com o escolhido, com o americano e com o europeu. Com a vantagem de não se pagar nada pelo uso dele. Uma discussão que foi atropelada pelo ano eleitoral, seus escândalos e dossiês. Melhor qualidade, sem dúvida, é ponto pacífico. Que vai se abrir mais espaço para que se possa transmitir outras programações, também é fato. Mas como a tecnologia vai mudar, e tanto, a relação das pessoas com o eletrodoméstico que se faz mais presente nos lares brasileiros? Falam em interatividade. Vamos poder escolher o que ver, e deixar de ser passivos diante de uma programação estabelecida por alguém, ou por uma equipe, cuja única preocupação é a audiência. O indivíduo não existe no processo atual. Mas o que pergunto é: a excelência das imagens, os outros canais de transmissão disponíveis, e todas essas conseqüências estéticas e "espaciais" da Tv digital garantem que o telespectador vai ter mesmo "escolha" ? Porque de nada adianta tudo isso se a tecnologia for utilizada para simplesmente multiplicar os vícios e fórmulas tão justamente criticadas atualmente. Fala-se que uma das saídas é lembrar da Constituição, que prevê a TV estatal, mal-utilizada até hoje, a TV privada, com todos os seus problemas qualitativos, e o que ainda não se faz no Brasil: a TV pública. Gestores eleitos para trabalhar pelo que a população imagina que deve ser a televisão. É o caso, por exemplo, da BBC, de Londres. E aí surge uma outra questão: se há dúvidas de que os "usuários" estejam aptos até a lidar com a tecnologia, quando ela estiver disponível, se ainda não se conseguiu eleger gestores públicos, com qualidade, na nossa ainda jovem democracia, será mesmo que o povo brasileiro, pelo menos a curto prazo, conseguiria fazer da TV pública o ícone de qualidade, cultura e prestação de serviços reclamada por todos? Ou nossa "BBC" se banharia em sangue sensacionalista, fofocas divertidas, competições entre famosos e, como dita a nova moda, brincadeiras de adivinhação, em capítulos ?

quarta-feira, outubro 11, 2006

Pássaro x Fruto-do-Mar

Não deu certo a tática de debate de Geraldo Alckmin, que, de tucano, se transformou em pavão agressivo, para conquistar votos. O pássaro caiu, e o fruto-do-mar, subiu. Pelo menos é o que dizem as novas pesquisas. Lula manteve o discurso simplório, e exemplificou a ineficiência dele em saber o que acontece no governo de forma quase infantil. " Às vezes você está na cozinha da sua casa e não sabe o que acontece na sala, com seu filho". Como diria o ditado popular, saiu bem melhor que a encomenda... Muita gente gostou... Uns de Heloísa Helena aqui, outros de Cristovam Buarque ali, e até do próprio adversário, acolá. Resta saber se Alckmin vai voltar a ser ele mesmo, numa desesperada tentativa de "perder por menos". Porque, 'a menos' que algo do outro mundo pouse no Planalto Central, arrisco dizer que a vitória de Lula é irreversível.

sábado, outubro 07, 2006

Imagem arranhada

Companhias aéreas trabalham, é claro, com credibilidade... E a Gol enfrenta mais uma notícia "negativa"... Primeiro, foi a tragédia do vôo 1907. Depois, derrapagem na pista. Agora, um avião não decola por problemas no painel. Bobagem, dizem, em coro, especialistas. Mas o público comum não é técnico... E, na dúvida... Bem, difícil imaginar como recuperar a imagem da empresa, a curto prazo. Diminuir preço para atrair cliente, não dá. Já trabalha com a política de baixo-custo... Coisa, aliás, que incomoda, e muito, a concorrência. O marketing vai ter que trabalhar como nunca, e só quando a poeira abaixar... Quem sabe, assim, a empresa não desabe como o vôo 1907.