sábado, abril 21, 2007

Necessidades básicas de aprendizagem e educação para a vida

Até que ponto a educação tem o direito de estar estritamente relacionada ao preparo do indivíduo para as necessidades empresariais e de crescimento econômico de um país? E a formação do ser-humano, por exemplo? Essas são algumas das críticas que se faz na super-valorização das necessidades básicas de aprendizagem, definidas na Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida em Jontien, na Tailândia, em março de 1990.
O evento teve como patrocinador, entre outros, o Banco Mundial, que estimula os países a concentrarem recursos públicos na educação básica, vista como responsável pelos maiores benefícios sociais e econômicos, e considerada elemento essencial para um desenvolvimento sustentável e de longo prazo, assim como para aliviar a pobreza.
O lado positivo das diretrizes do Banco Mundial é a visão ampliada de educação. Ou seja, uma educação voltada para crianças jovens e adultos, realizada dentro e fora do equipamento escolar, medida pelo que é efetivamente aprendido durante toda a vida.
Por outro lado, as estratégias são baseadas na análise puramente econômica e buscam atender a uma demanda exclusiva do mercado, comparando uma escola a uma empresa. Assim, as propostas do Banco Mundial estão focadas na quantidade e não na qualidade, desconsiderando os avanços da ciência, da pesquisa educativa e nas concepções modernas de aprendizagem.
Assim, torna-se necessária uma profunda reflexão dos profissionais das instituições de ensino para que a implantação dessa política não nivele por baixo e esconda uma educação ineficiente e insatisfatória, que, infelizmente é o que estamos vendo nas escolas brasileiras. Progressão continuada e Ensino Fundamental de 9 anos, por exemplo, são claramente medidas políticas, que visam a massificação da permanência escolar, mas que não garantem, certamente, a qualidade na educação que nossas crianças merecem e nossa sociedade precisa.

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